segunda-feira, 30 de maio de 2011

Justiça autoriza reintegração de posse em área abandonada do RURAP

A justiça estadual autorizou na manhã de ontem, a desocupação de mais de 500 famílias invasores de um terreno pertencente ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), localizado as margens na Rodovia JK.
A invasão começou há trinta dias, e segundo informações, em menos de uma semana, já havia mais de 100 famílias no local. A maioria oriunda dos bairros da zona sul da cidade.
O comando da Policia Militar enviou mais de 250 policiais na operação de reintegração de posse. Segundo informações, a ação iniciou as 4h da manhã, e durante os trabalhos não foi registrado nenhuma ocorrência violenta por parte dos ocupantes. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foi ao local, mas não foi necessária a sua atuação. “Todos contribuíram com o nosso serviço, alias, o papel da policia não é prejudicar ninguém e sim cumprir a ordem da justiça, nada, além disso,”, resumiu um oficial.
Alguns barracos já estavam derrubados pelos próprios invasores. “Achamos melhor fazer esse serviços, porque muitas vezes o dono do terreno leva o nosso material, mas sempre é assim, tem pessoas que tem muito e outros que não tem nada, agora é voltar a morar na ponte”, disse o desempregado Alencar Sobrinho.
Lei para todos - Segundo informações dos invasores, o Rurap nunca utilizou o espaço para atividades profissionais, e que o local está abandonado há mais de vinte anos. Contudo, algumas casas estão construídas dentro da área que pertence ao órgão, porém, não receberam notificação da justiça. “Os direitos são iguais, eles estão dentro da área do Rurap e deveriam sair. Nós estamos aqui porque não temos casas, diferente de pessoas que aproveitam essa oportunidade para ganhar dinheiro com as vendas”, disse Ana Almeida.
A área invadida mede 500 metros de frente por 1500 de fundo. “Esse terreno nunca recebeu sequer uma casa, sempre viveu abandonado e sujo, é um absurdo o Governo do Estado saber de terrenos tão grandes e que milhares de pessoas podiam morar”, informou a costureira Graça Domingues..

Dados - Um levantamento realizado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMAP) identificou cerca de 15 mil famílias cadastradas na lista de espera para receber um lote. Famílias em risco social, acima de dois filhos e com renda baixa têm prioridade. Até o momento, o estado não apresentou projetos voltados para a construção de casas populares a famílias carentes.

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